sábado, 4 de junho de 2011

Eles se amam ...



''...todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. (...)''
Tati Bernardi


Amor. Mal escrevo e as palavras parecem saltar de meus dedos fracos e pequenos. Não sei sobre muitas coisas da vida como tu sempre disses, porém tenho muitas experiências, e se falo de amor, falo de B. sim, falo de ti. O único que acende todos os dias a mesma chama, intensa e duradoura que queima dentro de mim como as labaredas de uma fogueira a rasgar a escuridão das madrugadas. Amor. Mal escrevo e teus olhos cálidos e grandes vem-me a cabeça, a profundidade quanto me arrastam para si, poderiam afundar-me para sempre, embora seja mesmo isso que pareço pedir todos os dias: Afoga-me B. afoga-me nas lagoas azuis que carregas na face. Deixa-me mesclar o âmbar dos meus olhos com os teus cintilantes olhos azuis.
 Amor. Eu nem reparei e neste segundo lágrimas intrépidas saltam escorrendo sobre minha palidez, estremeço, procuro concentrar-me na lembrança de teus braços, daquele corpo, de tua voz macia e generosa aos meus ouvidos, porém quando percebo, a mente logo inunda-se de teus olhos. Ah, como queria eu me despojar do orgulho e me lançar nos braços de B. Ah, como desejaria uma palavra sequer, sejas minha, sejas tua, só assim eu voaria, voaria ligeiramente para teu abrigo. Tua imagem B., caminha comigo, onde eu estiver, e então também está. Meus pensamentos me atribuem cada vez mais lágrimas, contudo a doçura e a fragilidade das lembranças me adormecem. Agora, neste instante inapreciável de saudade, encho minha boca de rizo, um rizo mole e singular, incolor, porém saudável, pois são teus olhos querido B. que estão tatuados em minha pele, como um poeta tatua poemas nas velhas folhas do tempo. Teus olhos que me são como tochas acesas tão lúgubres agora clareiam o túnel dos dias. Então eu sonho, fecho minha retina para te abraçar em um mundo paralelo que me envia até o frescor de teu perfume, não sei como medir a saudade, mas deve de haver algum tamanho, e grande.

Na memória, M.B.P.J.
Do passado, Evelyn.

Um comentário:

  1. Evy, todas as vezes que leio textos teus, tento ter uma figura clara do que é esse seu amor por B. Mas, a única coisa que consigo obter, é que você o ama desesperadamente, e só. Talvez eu seja uma ignorante, ou talvez você não queira revelar mais do que isso. Mas eu pensei em plurais causas para o desencontro de vocês dois, mas é tudo uma sombra que envolve essa história linda que você conta tão bem. Talvez, minha cara, eu não precise de mais para me embebedar do amor febril que vocês exalam. Que é lindo, que me dá saudades do meu. Dá-me saudades de ser tocada por algo tão quente assim. Vem aquela vontade de vê-lo mais uma outra vez.
    É isso que as saudades são, lindas e perigosas. Ao passo que reconfortam, dilaceram aos poucos até matar-nos sem que percebamos. Por isso, desejo que mate logo as suas (:
    Um beijo, força,

    Ana Pontes

    http://anapontes-pensamentosavulsos.blogspot.com/

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