segunda-feira, 13 de junho de 2011

Existem muitas coisas para se escrever, mas não para se falar.



"Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável, irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.”

C.S. Lewis

Tem anos, anos que eu sequer recordo meu rosto sem o rosto de B.  refletido em meus olhos. Eu o amo, um andarilho com olhos estelares, mãos de nuvens, e sorriso de lagoa, largos, altos, claros.  Palavras não rimam, nem deveriam, somos contradições exatas que encaixam-se nos caminhos da virilidade, oh B. mesmo que digas saber, não, não sabes  o quanto sinto tua falta, como também não sei medir se sentes a minha. Sou feita das ausências que deixaste em meu colo naquela manhã do outono passado, não sabíamos que aquele seria o último amanhecer que poderiamos desfrutar da compania um do outro, mas os quilometros de nada podem conter meus versos de amor. És meu clichê conhecido, de todas as frases que lhes repito quando posso, és meu viajante texano, dono dos traillers e dos celeiros (só tu podes entender  o que eu quis dizer), és meu cavaleiro, lutaste bravamente para tirar-me da torre, e cá estamos nós, distantes, muito mais que um trança inteira. Enluarada de sensações e saudades, visto-me de minhas armaduras e benço a Deus, benço esperança para que as pedrinhas reorganizem-se no caminho com pressa, sem nos fazerem tropeçar, outra vez. De certo, há/houve amor, sem definições, manias, exatidões, há amor, é um fato, não se sabe o quanto, se muito, se pouco, somente HÁ-AMOR, e creio não merecer medidas. Este sentimento poderá adormecer com o sol, ou explodir com a chegada da lua embalsamada, mas antes que a alvorada desponte, o horizonte revelará a nós quais caminhos seguir, e dirão, se por clemência ou graça, nos farão cair nos braços um do outro.
Sim B., alrora trará as cores necessárias para que os sonhos não morram. Sim, querido B., eu posso segurar suas mãos durante todos os anos que quiseres para não lhe deixar sozinho, para não lhe deixar cair.
Eu não sei por quê tenho tanto fé, quando todas as coisas estão apontando para algo impossível. Eu sinto, sinto algo bom, eu não sei, eu só sinto.


Evelyn Colaço

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