domingo, 11 de setembro de 2011

A doce loucura mora ao lado da espera



"De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme. só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: “meu Deus, mas como você me dói de vez em quando…"
[ Caio Fernando De Abreu ]


Eu sei que eu ando esquecendo quem sou . Eu não precisava de novos conceitos até você aparecer e camuflar meus sentimentos. Eu juro, juro que meus olhos não mentem, que ainda são doces e quando pousam ligeiramente nos teus penso que posso ser o infinito cheio de cores a explodir dentro do meu peito. Eu tremo, eu não consigo, eu não sei se você percebe mas me dói, me dói reprimir os saltos que eu daria em tuas costas se não fora esse maldito orgulho. Eu queria que soubesse, que acreditasse em cada plavra absurda que estou dizendo, essa música não me ajuda e eu fico assim tão boba, as palavras saem sem por quê da ponta de meus dedos quando eu apenas deveria gritá-las, você não está  mais assim tão longe que não possa ouvir, sei que eu se eu sair no portão pode ser que a luz dos teus olhos de verão iluminem meu inverno de forma que se eu estiver sonhando jamais acordaria... Eu sei que não preciso mentir, mas é vazio sentir a dor, é amargo o gosto dos desencontros quando os nossos pés estão na mesma trilha. Se não sei o que fazer, nem como agir ou me expressar, me faz um favor, pousa também tua boca na minha e deixa que seje assim até termos uma resposta sensata para toda essa loucura.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Promessas (jamais cumpridas) de Bernard



Um ano atrás[...]

Bernard agarra Eliza em meio as tantas lágrimas que desciam desesperadamente de seus olhos, somente pelo medo de ficar naquele lugar cinza sem seu protetor-amigo-cavaleiro. Lágrimas escorriam porque Eliza sabia que dessa vez seria pior, seu corpo gritaria incessantemente mais pela presença de Bernard, já que todas as sensações foram despertadas. E então Bernard olha em seus olhos, agarra-a com força e diz:

B: São só mais alguns meses, até no máximo março, eu prometo que venho te buscar nem que seja apenas pra te levar comigo.
E: Não, eu não vou consseguir, não me deixa aqui, se me deixar eu vou morrer. Me leva contigo, damos um jeito, me leva junto, não me deixa!
B: Não, não dá minha amada, (suspira tristonho) eu queria, queria mesmo, mas você ainda é de menor. Espera, até março. eu vou voltar, acredite em mim. eu não voltei, mesmo depois de tudo que aconteceu?
E: Voltou.
B: Então, eu voltarei, nem que seja apenas pra te buscar... Me espera, já esperamos tanto tempo, agora será mais fácil.
E: Eu não vou consseguir, eu vou morrer de saudade. Esse lugar é um castigo sem você. Mas se eu sobreviver, estarei esperando. Porque eu te amo.


Toda praça parecia haver silenciado e só haviam eles. Somente eles existiam, um para o outro e bastava.
Agora, passou-se exatamente 1 ano. Se a promessa foi cumprida? Não, e talvez, nem seja, e bem, não é certo nem justo que eu exija isso. Somos seres humanos, cada um vive da maneira que lhe parecer melhor, e com quem ou o quê quiser.


''Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez eu pedi, você negou, você fugiu.''
 Caio Fernando de Abreu


Eu ainda ...



Porque antes eu tinha...  uma alma mansa, um sorriso pouco, uma esperança diminuta, uns olhos opacos. E então tu apareceste com todas tuas mil cores, teus gestos bonitos, tua paz, teus beijos enlouquecidos, teus lábios ansiosos, teu corpo em brasa, tua delicadeza, tuas delícias, tua forma de amar. E o meu planeta começou a ter pinceladas vermelhas e passou a se chamar"Amor". 



Natália Anson Lima


Eu ainda tenho as unhas feitas e limpas, as mãos pequenas como as tuas e a pele tão pálida quando as velas que se  derretem ao sol (apenas tu podes entender esta sentença). Eu não tenho mais cabelos curtos e loiros, disso tu sabes, cresceram e estão tão escuros quanto os teus, tão escuro quanto meus olhos, que continuam tão escuros e grandes, quanto tu um dia disses.
Ainda sou magra e quente, minhas pernas ainda são tortas, eu ainda gosto de colocar gelo na boca e ficar gripada, eu ainda gosto de te passar resfriado. Eu ainda sinto quando tu não estás bem, eu ainda pressinto as coisas antes de acontecerem. Eu ainda como muito, e fico sem comer quando me aborreço. Eu ainda oro por você todos os segundos, como pedistes, e mesmo se não pedisses assim o faria. Ainda tomo muito café, ainda é um vício, mas também adoro os capuccinos, e os leites maltados. Eu ainda gosto de usar all star, e até que agora uso vestidos e rasteiras. Eu ainda adoro borboletas, principalmente as farfallas azuis, e vou te avisar que eu ainda digo que eu sou um pássaro, que nós somos passáros... Eu ainda escuto Rhapsody e acho que é tudo de ti, mas não consigo ouvir Victor e Léo sem que ache a nossa história em cada letra. Minha cor preferida ainda é o verde, e meu oceano ainda são teus olhos. Meus sonhos ainda são os mesmos, e ainda quero ter os filhos que planejamos. Eu ainda quero um sítio com um riacho e uma lama pra nos sujar... Eu ainda penso no nosso apartamento pequeno, cômodo com paredes brancas, persianas azuis e carpete emadeirado.
Ainda sou dócil, mas adquiri um pouco de orgulho, me perdoe, mas tinha que criar defesas. Eu ainda choro fácil, me irrito muito, e ainda desvio o olhar olhando para a esquerda, quando me faltam palavras ou perco a graça. Ainda escrevo teu nome nas paredes do meu quarto amarelo e escrevo os diários que prometi. Ainda tenho as nossas fotos pregadas do meu guarda-roupa, e ainda tenho fotos suas. Ainda sei datar todos os nossos momentos juntos, e todas as despedidas que tivemos. Ainda bato a cabeça na parede sem querer e não sinto dor, ainda tropeço na rua inúmeras vezes. Ainda não aprendi a olhar os dois lados das pistas, por isso necessitava que tu sempre estivesses me puxando para a calçada como antes.
Eu ainda finjo não te amar, quando tu fazes algo que me entristece. Eu ainda te espero, sim, de todas as formas de descrição, eu ainda te espero.
O que eu ainda não sei, é até quando, e se haverá quando.


Evelyn Colaço


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Existem muitas coisas para se escrever, mas não para se falar.



"Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável, irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.”

C.S. Lewis

Tem anos, anos que eu sequer recordo meu rosto sem o rosto de B.  refletido em meus olhos. Eu o amo, um andarilho com olhos estelares, mãos de nuvens, e sorriso de lagoa, largos, altos, claros.  Palavras não rimam, nem deveriam, somos contradições exatas que encaixam-se nos caminhos da virilidade, oh B. mesmo que digas saber, não, não sabes  o quanto sinto tua falta, como também não sei medir se sentes a minha. Sou feita das ausências que deixaste em meu colo naquela manhã do outono passado, não sabíamos que aquele seria o último amanhecer que poderiamos desfrutar da compania um do outro, mas os quilometros de nada podem conter meus versos de amor. És meu clichê conhecido, de todas as frases que lhes repito quando posso, és meu viajante texano, dono dos traillers e dos celeiros (só tu podes entender  o que eu quis dizer), és meu cavaleiro, lutaste bravamente para tirar-me da torre, e cá estamos nós, distantes, muito mais que um trança inteira. Enluarada de sensações e saudades, visto-me de minhas armaduras e benço a Deus, benço esperança para que as pedrinhas reorganizem-se no caminho com pressa, sem nos fazerem tropeçar, outra vez. De certo, há/houve amor, sem definições, manias, exatidões, há amor, é um fato, não se sabe o quanto, se muito, se pouco, somente HÁ-AMOR, e creio não merecer medidas. Este sentimento poderá adormecer com o sol, ou explodir com a chegada da lua embalsamada, mas antes que a alvorada desponte, o horizonte revelará a nós quais caminhos seguir, e dirão, se por clemência ou graça, nos farão cair nos braços um do outro.
Sim B., alrora trará as cores necessárias para que os sonhos não morram. Sim, querido B., eu posso segurar suas mãos durante todos os anos que quiseres para não lhe deixar sozinho, para não lhe deixar cair.
Eu não sei por quê tenho tanto fé, quando todas as coisas estão apontando para algo impossível. Eu sinto, sinto algo bom, eu não sei, eu só sinto.


Evelyn Colaço

sábado, 4 de junho de 2011

Eles se amam ...



''...todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. (...)''
Tati Bernardi


Amor. Mal escrevo e as palavras parecem saltar de meus dedos fracos e pequenos. Não sei sobre muitas coisas da vida como tu sempre disses, porém tenho muitas experiências, e se falo de amor, falo de B. sim, falo de ti. O único que acende todos os dias a mesma chama, intensa e duradoura que queima dentro de mim como as labaredas de uma fogueira a rasgar a escuridão das madrugadas. Amor. Mal escrevo e teus olhos cálidos e grandes vem-me a cabeça, a profundidade quanto me arrastam para si, poderiam afundar-me para sempre, embora seja mesmo isso que pareço pedir todos os dias: Afoga-me B. afoga-me nas lagoas azuis que carregas na face. Deixa-me mesclar o âmbar dos meus olhos com os teus cintilantes olhos azuis.
 Amor. Eu nem reparei e neste segundo lágrimas intrépidas saltam escorrendo sobre minha palidez, estremeço, procuro concentrar-me na lembrança de teus braços, daquele corpo, de tua voz macia e generosa aos meus ouvidos, porém quando percebo, a mente logo inunda-se de teus olhos. Ah, como queria eu me despojar do orgulho e me lançar nos braços de B. Ah, como desejaria uma palavra sequer, sejas minha, sejas tua, só assim eu voaria, voaria ligeiramente para teu abrigo. Tua imagem B., caminha comigo, onde eu estiver, e então também está. Meus pensamentos me atribuem cada vez mais lágrimas, contudo a doçura e a fragilidade das lembranças me adormecem. Agora, neste instante inapreciável de saudade, encho minha boca de rizo, um rizo mole e singular, incolor, porém saudável, pois são teus olhos querido B. que estão tatuados em minha pele, como um poeta tatua poemas nas velhas folhas do tempo. Teus olhos que me são como tochas acesas tão lúgubres agora clareiam o túnel dos dias. Então eu sonho, fecho minha retina para te abraçar em um mundo paralelo que me envia até o frescor de teu perfume, não sei como medir a saudade, mas deve de haver algum tamanho, e grande.

Na memória, M.B.P.J.
Do passado, Evelyn.

sábado, 14 de maio de 2011

Reabilitações



Trago lágrimas, sorrisos, histórias, abraços... trago momentos felizes, momentos de decepção. Carrego pessoas, amores e desamores, amigos e inimigos, desafetos, paixões... Não sou um livro aberto, mas também não tão fechado que você não consiga abrir, basta ter jeito, saber tocar as páginas, uma a uma, e descobrirá de que papel é feito cada uma delas.

Caio Fernando de Abreu

Não sei se sorrisos ou lágrimas, mas os dias tem muito desse mister de sentimentos. Ando tão confusa, escolhas que devo fazer atordoam a minha cabeça. Já não basta tanta tralha velha, e ferrugem nas gavetas, a saudade ainda tenta ranger em meu peito. Não encaro as decepções como castigo, digo a mim mesma: abstraia as lições, menina!
A vida exige-me que cresça, e dói, dói tanto, acontece que eu sei a hora de partir, e não é fácil encaixotar as memórias, mesmo quando elas existem tão vivas aqui dentro. Contudo é necessário partir para o sol nascer, e talvez, esse mesmo horizonte me traga Bernard, numa época tão distante que meus cabelos embranquecidos se esquecerão de como era sua face. A face mais bela que vi. Eu preciso dormir umas longas 12 horas no mínimo, pra sanar o cansaço que meu corpo sente da rotina que me explora, porém que antes do fim do ano isso não será possível jamais, preciso de um chá cidreira ou de um café bem quente, algo que me queime por dentre, queime os meus pensamentos.

Evelyn Collaço

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Olvidar



''Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue seu para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”

Caio Fernando De Abreu

Sempre me perguntei, quando eu deixaria de existir dentro de Bernard. Eu sempre quis, desde agora, que ele não mais existisse em mim. E eu vou caminhando, tentando matar os pedaços que restam em meu corpo. E chegará um dia que afiada nisso, eu enfim o terei esquecido, como uma ferida que só latejará nos dias de chuva, estes que nunca, nunca hão de deixar pra trás a nostalgia que carregam.


Depois, eu desligarei as luzes dessa tela, e me farei esquecer de cada palavra que escrevi aqui, ali, em mim. E eu sei bem, como fazer isso, os olhos de ''XYZ'' confortam-me nessa bravura do mar.







segunda-feira, 25 de abril de 2011

Antes de voltar pra casa ..

Bom mesmo é passar um dia como esses. Ontem, passei o dia no Eldorado. Fui pra roça, cortei caminho no mato, fui ao corrego.
Mas quem dera, tenha sido assim tão fácil... Nunca senti tanto medo em toda minha vida, eu pensei seriamente que eu fosse morrer, ou pela vaca que quase correu atrás de nós, ou pelas pessoas que estavam estranhamente nos observando tomar banho no corrego, ou pelos cachorros que haviam milhares por todos os lados.
Mas, responda-me: Há coisa melhor que andar na estrada de terra e chegar no sítio com os pés sujos de lama e após isso, se lançar na piscina? Há coisa melhor que rolar na areia e, em seguida se jogar no corrego e ouvir Victor e léo?
Não, não há. Ainda sim, seria melhor se houvesse completo uma parte vaga de meu coração, que rodeada por toda aquela misteriosa e inspirante natureza, recordava-se inesplicávelmente apenas de algo, algo faria todas aquelas aventuras terem sabor de amor e felicidade, sentimentos que se arrefem sem que eu possa dizer o porquê.
O feriado era bem o que eu precisava, há tempos. Precisava desestressar, relaxar e fazer algo de diferente.
O pior é sair do campo, e voltar pra vida chata e tediosa da cidade!

[Vou terminar esse texto ... mas tenho que dar aula agora.]

terça-feira, 19 de abril de 2011

Liberdade, aprendizagem e amor.



O livro divide-se em três partes singulares, que nos ensina lições de vida e filosofia, professores e alunos, Deus e o homem.
Eu o chamaria de: ''Livro para pessoas livres, claras''. Pessoas que inventam suas leis e seguem-nas partindo pelo pressuposto da razão. Um livro de prazes especiais e plurativos, coisas bem feitas e simples. Pequenas páginas que descrevem nossa estadia no mundo, como uma vida além do que os olhos conseguem perceber. Uma aventura sobre a liberdade e os vôos muito maiores do que os ''limites'' perceptiveis.
Quantas vezes o desgosto com os tais nos fazem aceitá-los por conveniência? Principalmente apartir do príncipio de não poder superar padrões que há anos vem sendo impostos ao mundo. Conformidade. Materialismo e Limitação.
Minha utopia sonha em transceder a uma nova sociedade, algo mais perto da educação, igualdade e justiça possível, embora, como eu disse, seja mesmo utopias - irrealidades e absurdos -. Apaixono-me cada vez mais pelo que me dá asas, pelo que que me faz voar em liberdade: a leitura, meus livros, meus versos surreais.
Prefiro a experimentação, a emoção e a ousadia de viver sob decolagens perigosas á viver nessa vida limitada ao pó e á regras. Apartir do momento que muda-se a forma com que se vê o mundo e a realidade, buscando por sua vez, modificá-la aos poucos, entra-se em conflito com todo o resto, com todo o ''bando'' fadado a enxergar apenas o sentido explícito das coisas.
O que realmente é importante é o que o livro: '' A história de FERNÃO CAPELO GAIVOTA'' nos ensina enfaticamente: ''continuar trabalhando para amar''.

O amor e o perdão são necessários e respeitados no livro, pois são igualmente importantes para libertar-se dos padrões  de obedecer as regras, apenas porque são comumente aceitas.

'' Era de manhã e o novo sol cintilava na rugas de um mar calmo (...) A maior parte de nós percorremos um longo caminho. Fomos de um mundo para o outro que era quase igual ao primeiro,
sem nos preocuparmos com o destino,vivendo o momento. Fazes alguma ideia de quantas vidas teremos de viver antes de compreendermos que há coisas mais importantes do que comer, lutar, ou disputar o poder no Bando? Mil vidas, Fernão, dez mil vidas! E, depois, mais cem vidas até começarmos a aprender que a perfeição existe, e outras cem para constatar que o nosso objectivo na vida é conseguir a perfeição e pô-la em prática. 
As mesmas regras se aplicam, agora a nós: escolhemos o nosso mundo através do que aprendemos neste.Se não aprendermos nada, então o próximo mundo será igual a este, com as mesmas limitações e obstáculos a vencer."

Trechos do livro : A História de Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach.



Evelyn Colaço

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amanhã falarei do novo livro que estou terminando de ler.
Hoje vou postar um texto que me fez refletir muito, sobre muitas coisas das quais eu já nem lembrava mais, de um escritor que de longe eu admiro e leio muito.

''Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão no campo. Talvez, ele volte. Ou não.''

Caio Fernando Abreu


Obs: O texto é muito real e interessante, embora eu o ache simplesmente surreal pra minha realidade. Melhor dizendo ímpossivel. Talvez, ele volte. Ou não'' eu digo que não... Na verdade eu tenho certeza que não. Mas o texto é belo, bom de ser lido.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ziguezagueando



Estou relendo Dom Casmurro de Machado de Assis. De longe um dos livros que mais gosto. Uma leitura suave, gostosa, daquelas que o ambiente pacato te envolve da forma que te sentes dentro da história.
Bentinho e Capitu, sempre aparecendo nas páginas do livro como um espelho da minha realidade passada e presente.

''Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior, é outra coisa a certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas também exacto que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.. Em verdade pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como e não durmo mal.''
(Assis, Machado. Dom Casmurro. p.12)



Ontem na aula de Reforço eu e Gabi fizemos um vídeio cantando. Meus alunos são minha alegria. Meus alunos me devolvem a vida e o encanto que vem junto dela. 


OBS: Em homenagem ao aniversário de L, pegamos o carro, entramos eu, M,R,V,A,L,P, e J, o carro estava hiper lotado. Fui pagar minha aposta de pular o portão do cemitério anoite, porque eu sou corajosa rs. Na verdade V, e A tinham que descer comigo. Descemos do carro umas 2 e pouco da manhã.  Desci, porque repito, sou corajosa rs. V e A desceram junto, só que numa visão sombria daquela: mato de todos os lados, um cemitério atrás e a BR-475 longa, escura e totalmente vazia áquela hora, me fez imaginar coisas terríveis que poderiam esconder-se pelos matagais, sem contar o fato de pessoas já terem morrido naquele ponto. Derrepente uma galinha preta sai correndo de dentro do cemitério, soquei V e A no carro, me infurnei dentro por cima de todo mundo e arrancamos a 120 por hora, um Uno deu o balão e começou a nos seguir, passamos pelo lago da caesb tentamos despistá-lo. Poderia ser um policial devido a velocidade e som altíssimo do nosso carro. Entramos na avenida São Francisco, o carro apaga do nada, o desespero por menos de um minuto toma conta, fomos cantar pneu no bola na rede. Sem contar os travestis alvorançando na avenida, o mundoestá perdido, tudo aqui é rídiculo e mediocre. Aventuras perigosas me fazem esquecer, e fazem parte da minha realidade... Prefiro viver perigosamente, até que o vazio aqui dentro não mais me perturbe. 





terça-feira, 12 de abril de 2011

Velocidade + perigo = adrenalina



Br DF-480 e DF-153. Tanque cheio, 160 quilômetros por hora, eu e M, na frente, J, L e P atrás, vidros abertos, vento frio. Paramos no cemitério. fizemos um ''racha'' um cara cai da moto, vento sombrio, cavalos-de-pau, o carro quase virando. Minha cabeça a mil por hora, a adrenalina me faz esquecer tudo que faz minha cabeça doer. Pegamos a estrada do Riacho fundo, pneus gritavam no asfalto, as luzes da madrugada estavam todas acesas. O som, no último volume tocava muito sertanejo: ''...agora chora, pedindo pra voltar de qualquer jeito, nem sabe que aqui dentro do meu peito...''. A noite passava e passava até que um gato que surgi da escuridão das árvores na frente do carro, fazendo-o quase frear... Tirei o cinto, isso não me traz segurança, álias, tenho uma preferencia pelo perigo agora.



OBS: Isso aconteceu na madrugada de domingo, depois de saírmos do cachorro-quente - 10/04/11


Esse é um blog novo, criei apenas pra despejar o tédio da minha rotina.